sábado, 23 de junho de 2018

Resenha: O Misterioso Caso de Styles - Agatha Christie

Título: O Misterioso Caso de Styles
Título Original: The Mysterious Affair at Styles
Autora: Agatha Christie
Editora: Record
Páginas: 184
Ano: 1987
Skoob: O Misterioso Caso de Styles
Compre: Saraiva
Avaliação: ★★★☆☆


Sinopse: No meio da madrugada, a rica proprietária da mansão Styles é encontrada morta em sua cama, aparentemente vítima de um ataque cardíaco. As portas do quarto estavam trancadas por dentro e tudo indicava morte natural. Mas o médico da família levanta uma suspeita: assassinato por envenenamento. Todos os hóspedes da velha mansão tinham motivos para matar a Sra. Inglethorp e nenhum deles possuía um álibi convincente. Para solucionar o crime entra em ação o detetive Hercule Poirot, irresistível personagem criado por Agatha Christie, que faz a sua estréia neste caso intrigante. Um marco da literatura policial e um dos maiores romances do gênero.


Resenha: Os livros de Agatha Christie sempre foram uma presença constante na minha vida, mesmo muito antes de eu saber ler. Meu pai tem a coleção quase completa de seus livros, nas edições lançadas pela Editora Record no final dos anos 80, começo dos anos 90, que ele comprava semanalmente quando viajava da sua universidade em São Carlos, para vir passar os fim de semana aqui em São Paulo. Quando era criança adorava brincar com esses aproximadamente 90 livros que ficavam sempre na estante de casa, e que tinham nomes e desenhos estranhos.

Só fui ler um dos livros quando tinha uns 10 anos, ao ficar um mês de castigo sem poder ver TV, e muito provavelmente foi esse castigo que me fez gostar tanto de ler, já que durante esse mês passei todos momentos possíveis lendo todos os livros em que eu conseguia por minhas mãos. Meu primeiro livro da rainha do crime foi Assassinato no Expresso do Oriente, o que foi uma sorte, já que ele é um dos mais surpreendentes, e me fez ler muito mais livros dela, e curiosamente eu nem sabia que este era um de seus livros mais famosos, só o peguei para ler primeiro porque gostava (e ainda gosto muito), da música "Uns Dias" do Paralamas do Sucesso, que canta "No Expresso do Oriente, rasga noite, passa rente, e leva tanta gente que eu até perdi a conta..."

Depois disso li vários livros da coleção do meu pai, que acabou sendo minha também, mas com certeza não li nem metade de todos. Esse ano resolvi tentar ler o máximo possível deles, e inclusive reler alguns que estão ou foram recentemente adaptados para filmes e mini-séries. Resolvi começar com O Misterioso Caso de Styles, pois foi o primeiro a ser escrito por Agatha Christie, e por nunca o ter lido antes.

O livro é narrado pelo Capitão Hastings, um personagem recorrente nas aventuras do personagem Hercule Poirot, e que, ao entrar de licença do exército durante a primeira guerra mundial, após ter sido ferido, é convidado a passar uns dias com antigos conhecidos, os Cavendish, e descobre a dona da casa, madrasta de seu amigo John, casou novamente com um homem que todos consideram manipulador, e que só está com ela por dinheiro.
"Alfred... Alfred..."
E depois ela novamente se recostou-se nos travesseiros e ficou imóvel.
Quando a Sra. Inglethorp é encontrada agonizando em sua cama por todos os moradores da casa minutos antes de morrer, todos tem certeza que seu marido é o responsável pela morte que logo é confirmada por ser um assassinato. Por sorte, um famoso ex-detetive da polícia Belga está refugiado da guerra na aldeia de Styles, e é conhecido de Hastings de seus tempo de glória, assim o jovem, com a permissão de seu amigo e enteado da vítima, John Cavendish, chama o peculiar estrangeiro para resolver o caso, que todos imaginam já estar resolvido.

Com seus métodos únicos, e suas famosas "células cinzentas", Poirot vai demostrando como o caso é tudo, menos simples, e a cada página vai deixando o leitor mais confuso e desconfiado sobre quem é o assassino, no final nos fazendo sentir tão perdidos no meio de suas descobertas quanto o jovem Capitão Hastings.

Fiquei olhando para Poirot em silêncio, totalmente aturdido. Mas que desfaçatez a dele! Quem no mundo, além de Hercule Poirot, poderia imaginar um julgamento por homicídio como meio eficaz de restaurar a felicidade conjugal?
Apesar de ter um final tão cheio de reviravoltas e surpresas magníficas quanto qualquer livro escrito por Agatha Christie, esse livro foi 60% bem entediante. Claro, damos um desconto, afinal foi o primeiro livro escrito por ela, e sua escrita foi melhorando através dos tempos, mesmo assim não posso deixar de notar como muitos detalhes foram desnecessários.

Para começo de conversa, demorou tempo demais para alguém morrer e Poirot aparecer, ao ler um romance-policial, esperamos um crime, não 30 páginas sobre chás da tarde. Os personagens também são bem mal desenvolvidos no começo do livro, tanto que nas últimas páginas parecem até ser outros, o que talvez seja verdade, já que diz a história que o editor que resolveu enfim publicar o livro, depois de ele ter sido rejeitado inúmeras vezes, fez Agatha reescrever as cenas finais.

Até Poirot, um dos meus personagens favoritos da história da literatura, estava me irritando as vezes, apesar de ser bem possível que eu estivesse simplesmente um tanto irritada com o andamento da história em si. Finalizando, posso dizer que se você, como eu, quer conhecer melhor a escrita e a história de Agatha Christie, e conhecer as histórias de Poirot desde seu inicio, esse livro é um mal necessário, mas que você aguenta  bem ler, agora se você é só um leitor que gostaria de ler um livro de uma das autoras mais envolventes da história, existem livros dela bem mais interessantes para você.

Esse é o primeiro de uma série de posts que espero estar fazendo nos próximos meses sobre os livros da Agatha Christie que estarei lendo, espero que vocês gostem e acompanhem.

Um comentário:

  1. Olá
    Esse livor é mesmo um tanto quanto entediante. Eu demorei pra me envolver na história, mas quando peguei o ritmo, foi de vento em polpa.

    Vidas em Preto e Branco

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